Livro | Supercomunicadores
A obra de Charles Duhigg mostra que o segredo não está em falar mais, mas em ouvir mais e entender melhor
O livro Supercomunicadores do autor Charles Duhigg apresenta uma nova maneira de enxergar conversas. Iniciamos a leitura com uma ideia simples, mas profunda: toda conversa significativa pode ser dividida em três tipos — prática, emocional e social. E saber qual tipo de conversa estamos tendo pode mudar completamente a forma como nos conectamos com os outros.
As conversas práticas são focadas em resolver problemas ou tomar decisões.
As emocionais falam sobre sentimentos, valores e crenças.
As conversas sociais tratam de identidade: quem somos, como nos vemos, e como queremos ser percebidos.
Muitas vezes, uma mesma conversa transita por esses três tipos — e reconhecer essas mudanças é o que diferencia um bom comunicador — ou Supercomunicador — de alguém que apenas fala bem.
O maior problema da comunicação é a ilusão de que já foi alcançada.
Precisamos alinhar nosso estilo de comunicação ao do nosso interlocutor. Isso não é sobre copiar a forma como o outro fala, mas sobre ajustar o tom, o foco e até o ritmo da conversa. Se alguém está desabafando sobre algo emocional, por exemplo, responder com soluções diretas pode parecer frieza. Se o foco é resolver algo, trazer emoções pode confundir.
Um ponto forte do livro é a ênfase em fazer perguntas profundas. Elas abrem espaço para conversas mais ricas, empáticas e verdadeiras. Perguntar o que alguém sente, quais desafios enfrentou ou o que mais valoriza nos seus relacionamentos, e também se abrir em troca, cria um ambiente de confiança e conexão real.
Às vezes, queremos que o outro fale primeiro. O modo mais fácil de conseguir isso é fazendo perguntas abertas.
Outro destaque é a importância de escutar o que não é dito com palavras. Gestos, expressões, o tom de voz e até o silêncio revelam muito. Aprender a prestar atenção a esses sinais não verbais nos torna melhores ouvintes e comunicadores mais sensíveis.
Quando o assunto é conflito, o autor defende a ideia de sincronização emocional. Em vez de tentar vencer um debate, ele sugere escutar com empatia, reconhecer os sentimentos envolvidos e buscar pontos em comum. Essa abordagem, além de mais humana, é também mais eficaz para resolver impasses.
Um dos trechos mais interessantes aborda como nossas identidades sociais — gênero, raça, cultura, profissão — moldam nossas conversas. Reconhecer essas camadas ajuda a evitar julgamentos rápidos e favorece ambientes mais inclusivos e seguros para o diálogo, principalmente quando os temas são delicados.
Todos contemos multidões que estão só esperando a hora de se expressarem.
Supercomunicadores não é um manual com fórmulas prontas. É um convite à consciência e à escuta. Um lembrete de que boas conversas não são sorte ou talento, mas resultado de atenção, empatia e intenção. É quase como se o título do livro deveria ser Superouvintes.
Se você espera que o outro lado preze seus interesses comece demonstrando que você preza os dele.
Se você já saiu de uma conversa sentindo que algo "encaixou", ou já viveu o oposto — um diálogo frustrante sem saber por quê — esse livro pode te mostrar o que aconteceu nos bastidores da linguagem. E como transformar o jeito que você se comunica daqui pra frente para ter conversas cada vez melhores e se tornar um supercomunicador.
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Referências
Supercomunicadores: Como desbloquear a linguagem secreta da comunicação
O poder do hábito: Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios
Supercommunicators with journalist Charles Duhigg | A Bit of Optimism Podcast